SIMPÓSIOS
Com o atual crescimento do uso de animais como modelos experimentais em laboratórios, universidades e institutos pelo mundo afora, cada vez mais é preciso pensar em alternativas éticas para a experimentação animal. A utilização de peixes como modelo experimental em estudos de comportamento, fisiologia, bioquímica, toxicologia, entre outros tem trazido resultados relevantes e cada vez mais promissores para as áreas de pesquisa. Além disso, o peixe é uma alternativa que contempla o modelo dos 3Rs (Reduction, Refinement, Replacement), com vantagens marcantes em relação a outros modelos experimentais. Neste simpósio pretendemos apresenta os peixes como modelos de estudos comportamentais, fisiológicos e farmacológicos que visam uma abordagem mais completa e profunda de aspectos translacionais como o estresse, a personalidade e o uso de drogas.
5 PEIXES: pequeno modelo, grande contribuição!
Moderadora: Ana Carolina Luchiari
Ana Carolina Luchiari - Psicofarmacologia
Priscila Fernandes Silva - Diferenças individuais e emoções
Rodrigo Egydio Barreto - Estresse e Comportamento de defesa
11 Aspectos individuais e coletivos na determinação de estratégias comportamentais em formigas
Moderador: André Frazão
André Frazão - Das pioneiras ao fluxo de milhões de formigas: aplicação de tracking de vídeo para avaliar padrões individuais e coletivos em trilhas de Atta Sexdens rubropilosa
Fernando Ribeiro Sujimoto - Comunicação Química e Comportamento em Formigas: das Moléculas a Neuroetologia
Vinicius Frayze David - O comportamento de descarte de lixo em Atta sexdens
Odair Correa Bueno - A importância de bactérias simbiontes no sucesso reprodutivo de formigas (Camponotus textor)
Desde Darwin, que na Origem das Espécies declarou que os insetos eusociais e as formigas em particular colocavam um paradoxo para a sua teoria da seleção natural pelo comportamento altruísta de fêmeas estéreis, as formigas têm desafiado os pesquisadores com suas adaptações comportamentais e fisiológicas diante de problemas de sobrevivência colocados pelo ambiente. Além de soluções à primeira vista estereotipadas e simples, esses animais, com seus pequenos cérebros, geram soluções baseadas em comportamento coletivo. De fato, seja no forrageamento, na retirada de lixo, na exploração do ambiente ou na capacidade reprodutiva podem ser avaliados padrões individuais e sua integração em padrões coletivos. A proposta do presente simpósio, que reúne pesquisadores do Laboratório de Formigas do Centro de Estudo de Insetos Sociais da UNESP, do Laboratório de Ciência da Cognição do IBUSP e do Laboratório de Formigas Walter Cunha do IPUSP, é apresentar um conjunto de evidências e técnicas que permitem tratar como as estratégias de organização tanto individual, como a orientação por pistas egocêntricas, visuais e o papel do reconhecimento olfatório, quanto coletivas,como o uso de feromônio, contribuem para a realização de diferentes tarefas.
8 Comportamento de forrageio de abelhas na escala de paisagem
Moderadora: Blandina Felipe Viana
Benjamin Kaluza - Plant resource diversity increases foraging and colony fitness in a tropical social bee
Fabiana Oliveira da Silva - Foraging activity of Xylocopa cearensis ducke in sand dune landscape
Felipe Andrés León Contrera - Efeitos da sazonalidade e da paisagem sobre o forrageio em abelhas sem ferrão através de experimentos de translocação (Apidae, Melipnini)
Danilo Boscolo - Movendo-se nas adversidades: Padrões de forrageio de Melipona quadrifasciata em paisagens agrícolas
Sabe-se que o comportamento de forrageio das espécies de abelhas é afetado pela distribuição, disponibilidade e abundância de recursos florais, os quais variam de acordo com as estações do ano e a estrutura da paisagem. Contudo, o modo pelo qual a riqueza de espécies de plantas e a abundância das plantas influenciam os padrões de forrageio e afetam os parâmetros bionômicos das espécies é ainda pouco entendido. Assim, visando contribuir para esse debate, nesse simpósio serão apresentados três estudos de caso, dois com abelhas sociais sem ferrão e um com uma espécie de abelha solitária, realizados em diferentes ecossistemas: dunas litorâneas, ambientes urbanos e floresta tropical úmida. Em dois desses casos foram utilizadas técnicas de translocação para avaliar as decisões tomadas pelas abelhas em relação as áreas de forrageio. Já no terceiro caso serão apresentados resultados do monitoramento de longa duração dos padrões de forrageamento e o efeito sobre o crescimento de colônias.
13 Comportamento de anfíbios como buffer para mudanças climáticas: considerações sobre temperatura e água
Moderador: Carlos A. Navas
Carlos A. Navas - Comportamento de anfíbios no laboratório e no campo: limites para inferência
Laura Camila Cabanzo Olarte - Febre Comportamental em Tetrápodes ectotérmicos: Estudando comportamentos a partir de respostas fisiológicas
Stefane Saruhashi - Temperatura preferencial e taxa metabólica diária do sapo Cururu (Rhinella icterica)
Braz Titon Junior - Relações do desempenho locomotor e do comportamento de busca de água com ocupação ambiental de anuros, em diferentes escalas
O estudo do impacto do clima sobre a fauna teve seus fundamentos na aplicação de modelos de nicho fundamentados em correlação. Em paralelo, modelos mecanicistas fundamentados em variáveis fisiológicas ganharam força e reconhecimento, com derivações ainda mais recentes que sinalizam a importância do ajuste fisiológico. Entretanto, o estudo do comportamento tem sido negligenciado, e temos pouca informação sobre a importância relativa dos ajustes comportamentais neste contexto. Este simpósio foca nos anuros, grupo particularmente interessante por conter simultaneamente linhagens de invasores bem-sucedidos e outros altamente sensíveis. A pergunta central do simpósio é se o comportamento poderia servir como buffer para mudanças ambientais que alterem a paisagem termal e a distribuição de água. Especificamente tratamos os contextos de febre comportamental e doença emergente, termorregulação e seu custo energético, balanço hídrico e desempenho locomotor, e a interação entre estudos comportamentais no laboratório e no campo.
A personalidade dos animais é baseada na caracterização do comportamento de cada indivíduo. O conceito de personalidade animal foi desenvolvido em torno da premissa de que indivíduos mostram tendências comportamentais consistentes ao longo do tempo e através de diferentes contextos. A personalidade pode ser avaliada em várias dimensões, como agressividade, neofobia, disposição para assumir riscos, timidez, coragem, exploração e sociabilidade. Estas diferenças individuais são estáveis durante as fases da vida, e em certa medida, hereditárias. Avaliar a personalidade dos animais pode se constituir em uma ferramenta interessante para decisões de manejo e conservação. O objetivo deste simpósio é fornecer conceitos básicos sobre a personalidade animal e apresentar estudos que demonstram como a personalidade dos animais pode contribuir para seu manejo e conservação.
2 Personalidade em animais
Moderador: Cristiano Schetini de Azevedo
Cristiano Schetini de Azevedo - Personalidade animal
Marcela Fortes de Oliveira Passos - O impacto sonoro da atividade mineradora na personalidade de canários-da-terra Sicalis flaveola
Aline Cristina Sant’Anna - Os temperamentais sofrem mais? Implicações do temperamento de animais domésticos
Rafael Silva Paulino - Personalidade, enriquecimento ambiental e pré-soltura, quais as relações e como os papagaios chauás respondem a tudo isso?
O processo de urbanização tem provocado diversas alterações nos habitats naturais, e com a expansão acelerada dos centros urbanos essas mudanças têm se tornado um desafio cada vez maior para as espécies. Dentre os desafios impostos pela urbanização figuram os distúrbios sonoros que têm bastante efeito em espécies que usam comunicação sonora em suas interações intra e interespecíficas. Pelo fato das aves utilizarem a comunicação acústica para diversas funções do seu ciclo de vida, os ruídos urbanos exercem uma forte pressão sobre este comportamento. Estudos em diferentes continentes têm mostrado que algumas espécies de aves conseguem ajustar seu canto em resposta ao ruído antropogênico. Entretanto, a maioria destes estudos envolveram espécies de regiões temperadas, com raros estudos para regiões tropicais, onde se encontra a maioria diversidade de espécies e habitats. Assim, no presente simpósio vamos abordar resultados de estudos que investigaram adaptações comportamentais em populações urbanas de aves residentes em regiões tropicais, com especial foco para o neotrópico. O simpósio contará com três apresentações: comparação das adaptações comportamentais entre espécies que aprendem o canto versus espécies que possuem canto estereotipado; adaptações acústicas em populações de aves urbanas; adaptação acústica e suas consequências genômicas em uma espécie de ave Neotropical.
3 Cantando nas cidades: adaptações comportamentais das aves em áreas urbanizadas
Moderador: Henrique Batalha Filho
Henrique Batalha Filho - Efeitos da urbanização em populações naturais: avaliando o fenótipo acústico e o genoma de um pássaro Neotropical
Diego Gil Perez - Anthropogenic noise disturbs feeding by increasing vigilance time in great tits (Parus major)
Gabrielle Sá Melo Winandy - Diferenças de plasticidade vocal ao ruído entre passeriformes
Renata D. Alquezar - Impacto do ruído de aeroportos na comunicação das aves
O presente simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores proeminentes na área de ecologia e comportamento de cetáceos para discutir aspectos do tema central do evento: adaptações em um mundo de mudanças. Atualmente, muito se fala dos potenciais impactos humanos sobre o ambiente marinho e suas consequências para todo o equilíbrio do planeta. Neste sentido, os palestrantes apresentarão seus pontos de vistas sobre a questão, ilustrados em estudos de caso provenientes da pesquisa desenvolvida no Brasil. Mudanças comportamentais, acústicas, alterações de habitat e outros temas relacionados serão discutidos, no formato de apresentações orais curtas, seguidas de uma discussão com a plateia.
14 Ecologia e comportamento de Cetáceos: ajustando a vida em um mundo moderno
Moderador: Marcos R. Rossi-Santos
Marcos R. Rossi-Santos - Espalhando a mensagem em um mundo ruidoso: Ecologia e comportamento acústico de cetáceos
Leonardo Liberali Wedekin - Por que as baleias baianas gostam de gelo? Mudanças climáticas e a ecologia comportamental da baleia-jubarte
Yvonnick Le Pendu - O boto baiano teme o calor? Golfinhos costeiros em tempo de mudanças climáticas
Marina Consuli Tischer - Turismo de observação de cetáceos e mudanças climáticas: qual a relação? A atividade em Fernando de Noronha pode ser afetada?
A neuroetologia e a ecofisiologia são ciências que surgem da etologia no intuito de explicar mecanismos e estruturas específicas de resposta ao ambiente e suas mudanças abióticas e bióticas. Neste contexto, este simpósio tem objetivo de apresentar os mecanismos neuroetógicos e ecofisiológicos de organismos Neotropicais em respostas a diversos desafios ambientais e os métodos empregados em seus estudos. Na primeira palestra será exposto a codificação neuronal de dimensões visuais elementares no telencéfalo da coruja buraqueira, caracterizando a fisiologia da visão e suas implicações no enfrentamento dos diversos desafios ecológicos. A seguir será apresentado uma alternativa metodológica para o estudo comportamental dos animais em laboratório e a campo através da palestra modelagem matemática com análise de Markov associada a neuroetologia. Nas duas últimas palestras os temas serão pautados na ecofisiologia animal e o uso do comportamento como explicação das alterações dos ambientes, principalmente urbano e a evolução de sistemas sensoriais integrados que determinarão as respostas comportamentais dos animais. A integração destas palestras no simpósio se visualiza na concatenação entre os métodos de neuroteologia e ecofisiologia para compreender as adaptações dos organismos Neotropicais aos estressores ambientais, destacando os ambientes antropizados.
12 - CANCELADO Neuroetologia e Ecofisiologia dos animais Neotropicais
Moderador: Edison Rogerio Cansi
Edison Rogerio Cansi - Integração fisiológica em resposta aos estressores urbanos
Jerome Paul Armand Laurent Baron - Codificação neuronal de dimensões visuais elementares no telencéfalo da coruja: Implicações ecológicas
Danielle Oliveira Costa Santos - Modelagem matemática com análise de Markov associada a neuroetologia
Adriano de Jesus da Silva - Magnetorecepção em animais Neotropicais
6 Endocrinologia Comportamental
Moderador: Fernando Ribeiro Gomes
Fernando Ribeiro Gomes - Comportamento vocal, esteroides e resposta imunitária em anfíbios anuros
Renato M. Honji - Relação entre o comportamento agonístico e os hormônios esteroides sexuais em peixes teleósteos
Olívia de Mendonça-Furtado - A endocrinologia de uma troca de dominância em machos de macacos-prego selvagens: estratégia reprodutiva e carga alostática
Paula Bertoli - Diferenças individuais nas respostas fisiológicas e comportamentais ao estresse trazido pelo cativeiro: um estudo de caso com micos-leões-pretos
O presente simpósio busca discutir a plasticidade das respostas fisiológica e comportamental abordando três grupos de vertebrados (peixes, anfíbios e primatas não-humanos) e associando tal plasticidade com as dinâmicas dos ambientes físico e social e variáveis individuais. Os estudos aqui apresentados enfatizam a função do sistema de resposta ao estresse, bem como sua plasticidade, na elaboração de estratégias de enfretamento em contextos relacionados ao comportamento social e reprodutivo. O primeiro estudo enfoca inter-relações entre comportamento agonístico e hormônios esteroides sexuais em teleósteos. O segundo explora as relações entre exercício vocal como estressor e o impacto dos níveis plasmáticos aumentados de esteroides gonadais e interrenais sobre a variação interindividual em imunocompetência de machos de anuros. O terceiro estudo mostra como alterações sociais (instabilidade na hierarquia com troca de dominância entre os machos de um grupo de macacos-prego) demandam não só alterações comportamentais, mas também alterações fisiológicas nos indivíduos, discutindo a carga alostática de cada ranking. E o quarto examina diferenças individuais na forma com que micos-leões-pretos lidam com o ambiente de cativeiro, avaliando estilos de enfrentamento através de dados fisiológicos (dosagem de metabolitos fecais de glicocorticóides) e comportamentais.
9 Etología y Evolución de las socialidad en arañas
Moderador: María del Carmen Viera
María del Carmen Viera - Etología y Evolución de las socialidad en arañas
Carolina Rojas-Buffet - Comportamiento sexual en tres especies de arañas del género Anelosimus (Theridiidae) con diferentes niveles de socialidad
María de Fátima Dias da Rocha - Inversión maternal de arañas Terídidas
Leonardo Resende - Ter personalidade é essencial para a vida social! Pelo menos para as aranhas.
En este simposio abordaremos las temáticas: personalidad, comportamiento sexual, maternal, dispersión y su importancia en los estudios de la socialidad en arañas. Las arañas sociales son un buen modelo para estudiar aspectos etológicos, evolutivos y ecológicos involucrados en la organización social animal. Se quiebra con la utilización de modelos comportamentales para considerar características individuales. Desde esta aproximación se consideran actitudes (osadas o tímidas) que permiten estudiar aspectos evolutivos de la socialidad. Otro aspecto considerado es el comportamiento sexual, que ha sido ampliamente estudiado en arañas solitarias, donde son necesarios comportamientos complejos para evitar canibalismo, incluyendo regalo nupcial. En arañas sociales tolerantes ha sido escasamente considerado, aunque poseen comportamientos de cortejo y cópula complejos que complementan el panorama de la organización social, mediante estudios comparativos con arañas de diferente nivel de socialidad. Un comportamiento vinculado al sexual es el parental que también es analizado en forma comparativa. Se han encontrado cuidado cooperativo, captura de presas y altruismo extremo (matrifagia), que nos permiten acercarnos a la complejidad social. Las arañas de diferentes grados de socialidad son un modelo estupendo para comprender la evolución, el tamaño de grupo y la dispersión de las colonias, influyendo la selección de hábitat y recursos.
A ideia de que os indivíduos são sistemas em desenvolvimento e que o comportamento é o resultado da interação entre estruturas e ambiente, em diferentes níveis de complexidade, vem tomando força dentro da Psicologia e de áreas afins. Trata-se de uma abordagem que interfere no modo como a interação gene/ambiente vem sendo compreendida. Nosso objetivo é propor um diálogo entre pesquisadores interessados em como diferentes contextos de desenvolvimento influenciam a emergência das características dos indivíduos. Iniciarei introduzindo a ideia de sistemas em desenvolvimento e sua penetração na Etologia por meio da Primatologia, e as implicações para a compreensão das interações humanos/animais. Patrícia Izar apresentará discorrerá sobre a ontogênese de respostas sociais adaptativas ao contexto ecológico e a metodologia para responder a esta questão. Renata Ferreira irá comparar macacos-prego juvenis de cativeiro e de vida livre, discorrendo sobre estereotipias e comportamentos normativos da espécie. Rachel Ripardo fará uma comparação entre a percepção de eventos estressores de humanos adultos da cidade de São Paulo e de Salvador. Esperamos assim contribuir para a promoção de discussões que tenham como resultado a divulgação do que são sistemas em desenvolvimento, trazendo um amadurecimento desta compreensão, trazendo a possibilidade de aprimoramento dos estudos sob este prisma.
7 Interação social e flexibilidade comportamental: humanos e macacos-prego em diferentes contextos de desenvolvimento
Moderadora: Briseida Resende
Briseida Resende - Sistemas em desenvolvimento e as interações entre humanos e não humanos
Patrícia Izar - Desenvolvimento social de macacos-prego (gênero Sapajus)
Rachel Coelho Ripardo - Ocorrência e Percepção de eventos estressores, teoria de sistemas em desenvolvimento e história de vida
Renata Ferreira - Crescendo em cativeiro: perfil comportamental de macacos-pregos imaturos em Zoos e CETAS
10 Perspectiva psicoetológica da expressão, compreensão e regulação de emoções
Moderadora: Nara Cortes Andrade
Nara Cortes Andrade - Compreensão de emoções em música em população brasileira e canadense
Vinicius Frayze David - Análise crítica do livro: "A expressão das emoções no homem e nos animais" de Darwin
André Paulo Corrêa de Carvalho - A expressão de emoções diante de estímulos neotênicos: uma análise comparativa entre indivíduos com Síndrome de Williams e Autismo
Tania Kiehl Lucci - Regulação de emoções: uma análise da interação mãe-bebê no pós-parto imediato
Em 1872, com a publicação do livro “The expression of the emotion in man and animals”, Darwin funda uma nova perspectiva de compreensão e estudo das emoções. Segundo ele, as expressões emocionais apresentam continuidade evolutiva, sugerindo a existência de expressões faciais universais associadas a emoções básicas. Ekman (2006), no livro Darwin and Facial Expression: A Century of Research in Review, mostra uma redescoberta da obra de Darwin fundamentada em: evidências acerca da universalidade das expressões emocionais; da etologia, da ciência cognitiva e das críticas ao behaviorismo, além de evidências da genética do comportamento. Nosso simpósio faz um convite a uma reflexão crítica das ideias de Darwin sobre o valor comunicativo das emoções. A partir da teoria darwiniana e de novos conhecimentos possibilitados por metodologias inovadoras e avanços tecnológicos, iremos apresentar debates teóricos e evidências empíricas sobre três dimensões das emoções: expressão, compreensão e regulação. Os estudos que iremos apresentar, a partir de uma perspectiva psicoetológica, relacionam-se diretamente às perguntas de Darwin sobre a expressão e regulação de emoções no desenvolvimento inicial, em estudos transculturais na compreensão de emoções e na expressão de emoções em populações clínicas.
4 Personalidade Animal
Moderadora: Irene Delval
Irene Delval - Métodos de avalição da Personalidade em primatas
Juliana Malange - Personalidade animal: O papel da personalidade nas mudanças ambientais induzidas pelo homem
Marcelo Fernández-Bolaños - Estrutura social e personalidade em macacos-prego
Nos últimos dez anos, têm se acumulado evidências de que os animais exibem diferenças individuais no comportamento, consistentes ao longo do tempo e entre contextos/situações, o que tem sido chamado de temperamento, personalidade, síndrome comportamental ou estilo de enfrentamento. A personalidade afeta as formas de lidar com as pressões seletivas e tem consequências para a aptidão, sendo especialmente relevante em ambientes que mudam rapidamente. O estudo da personalidade em animais é uma área de pesquisa ainda em desenvolvimento, e seu sucesso depende do estabelecimento e aperfeiçoamento de métodos e métricas de traços, que podem ser extraídos a partir de uma abordagem experimental, avaliação dos traços ou codificação do comportamento. Neste simpósio, discutiremos as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos de avaliação de personalidade, sugerindo formas de validação dessas medidas por meio de correlatos fisiológicos, comparação cativeiro x campo, dentre outras. Pela sua potencial importância para a conservação de espécies ameaçadas iremos mostrar, ainda, como a personalidade influencia a habilidade de invasão de uma espécie, a estrutura de um grupo social e o estresse comportamental e fisiológico dos indivíduos. Assim, iremos explicitar como a investigação em personalidade animal contribui de maneira fundamental na compreensão das adaptações comportamentais em um mundo em mudanças.
A cada ano observamos o aumento da preocupação dos consumidores de produtos de origem animal com a qualidade do que é consumido. A qualidade ética é um dos itens que compõe os atributos desejados pelos consumidores principalmente em países nos quais a ciência do bem-estar é mais amplamente divulgada. Em países Latino Americano como Brasil, Chile, Colômbia e México observamos que ainda há falta de informação por parte dos consumidores em relação a como os animais são produzidos e como poderia ser implementada técnicas relacionadas ao bem-estar para garantir a produção ética. A divulgação das bases teóricas e da importância do bem-estar para o público geral possibilita a conscientização e posterior demanda por produtos éticos. Assim, a certificação em bem-estar animal é fundamental para que o consumidor possa ter assegurado que os princípios teóricos descritos pela certificadora foram cumpridos e atestados. Atualmente no Brasil temos pouca informação e poucas possibilidades de aquisição de produtos certificados em bem-estar animal, mas o cenário é de expansão, pois o bem-estar dos animais de produção é fundamental não só pela qualidade ética, mas também pelo acréscimo na produtividade e na qualidade intrínseca ao produto.
1 Bem-estar de animais de produção: da teoria à certificação
Moderadora: Camila Nomura Pereira Boscolo
Camila Nomura Pereira Boscolo - Histórico do bem-estar animal
Paola Moretti Rueda - Visão do mercado consumidor sobre produtos com bem-estar animal
Luiz Mazzon - Certificação em bem-estar animal